Tenho lido diversos comentários, brincadeiras e notícias a respeito do número de divórcios nesse período de quarentena/isolamento/distanciamento social e isso me inspirou a escrever um pouco sobre a visão sistêmica dos relacionamentos.

Bert Hellingher, psicoterapeuta alemão e desenvolvedor das constelações familiares, observou ao longo do seu trabalho algumas leis que regem as relações e que se desrespeitadas geram emaranhamentos (problemas) sistêmicos.

Uma delas é a do Equilíbrio de Dar e Receber. Essa lei trata de algo simples mas que muitas vezes não é observado pelos casais: a harmonia entre a dedicação de cada um ao relacionamento.
Muitos dos problemas enfrentados pelos casais está no desequilíbrio entre o Dar e Receber. Respeitar esse equilíbrio é contribuir de acordo com as as facilidades, afinidades de cada um, o masculino x feminino na mesma proporção.

Quando uma das partes se entrega, se doa, faz mais pelo parceiro que a outra, o que está contribuindo menos sente, mesmo que inconscientemente, que está recebendo demais. Dependendo do quanto a mais está recebendo sente que a relação ficou pesada e não mais conseguirá equilibrar essa “balança”. Geralmente, quem vai embora, deixa a relação, é quem recebeu demais e não pôde retribuir, resultando assim até na fama de muitos como ingratos.

E quais as relações em que a pessoa dá demais e a outra não terá condições de retribuir? São as relações entre pais e filhos, portanto, se você não quer transformar sua união numa relação filial, maternal ou paternal, observe: como está o equilíbrio entre o dar e receber entre você e seu parceiro (a)?

O que é fundamental destacar é que os dois indivíduos que compõe o casal tem sempre o mesmo valor, sistemicamente falando. Assim, quem dá mais geralmente se coloca numa posição de importância superior ao outro, saindo do seu lugar de companheiro (a) e buscando o lugar de mãe ou pai do parceiro (a).

E uma relação de casal nunca se equipara a uma relação de pai e filhos pois nesta última há uma hierarquia entre as pessoas (mais uma lei observada por Bert) já que dos nossos pais recebemos algo que nossos parceiros nunca poderão nos dar : A VIDA. Portanto, manter esse equilíbrio é essencial para que a relação continue saudável e cada um no seu devido lugar de marido, esposa, companheiro (a).

Livia Marques Coelho