Amor ao Próximo Segundo Bert Hellinger

18/02/2019

A maior causa de conflitos se dá por não aceitação do outro tal como ele é. Queremos mudar o outro segundo nossos padrões e crenças, para atender a nossa expectativa. Assim julgamos e comparamos o que é bom ou ruim. E para que um seja bom o outro precisa ser ruim. E assim esquecemos de olhar para o humano que há em cada um.

Nesse sentido, o texto de Bert Hellinger sobre o “Amor ao próximo” traz um visão sobre o que contraria o amor e como podemos olhar o outro com mais humildade.  

“Amor ao próximo significa amar os seres humanos como eles são, alegrar-se com eles como são, reconhecer-se igual a eles e amar cada um em suas características pessoais, sem desejar que seja diferente.

Nesse sentido amo também o seu destino, tal como ele é, mesmo sem entendê-lo, mesmo quando ele me limita ou desafia, ou quando me traz um fardo. Quando abraço o meu destino e o destino alheio como se fossem predeterminados e, portanto, como inelutáveis, vejo que eles não diferem entre si.

Então nos vejo, a ambos, entregues e subordinados a forças maiores, às quais igualmente nos submetemos, seja o que for que isso nos proporcione ou exija de nós em termos de alegria e de dor. Do assentimento a esses poderes nasce o verdadeiro amor ao próximo. Ele se dedica a todos do mesmo modo, pois não se julga melhor ou pior, maior ou menor., mas sente-se igual e equiparado a todos diante de Algo maior.

O que contraria esse amor é o julgamento que distingue os melhores e os piores. Então determino em meu coração quem pode ser amado e quem não pode, que é digno e quem é indigno – em última análise, quem merece viver e quem não merece.

Quem julga os outros precisa temer que, por sua vez, também será julgado. Pouco importa se justa ou injustamente. Pois todo julgamento, afinal de contas, é injusto porque é arrogante. Quem julga, coloca-se acima da vida e do destino dos outros, como se sua própria vida e seu próprio destino fossem diferentes e mais humanos do que os alheios. Em outras palavras, como se seu destino estivesse mais perto de Deus e fosse mais agradável a Deus do qeu os alheios, e como se pudéssemos, em nome de Deus e em seu lugar, avaliar e julgar a vida e o destino dos outros.

O amor ao próximo é, sobretudo, humilde. Essa humildade fica mais fácil para nós na medida em que nos vemos e vemos nossos semelhantes, não como simples indivíduos mas como vinculados às respectivas famílias, aos destinos e à consciência particular dessas famílias e, portanto, fiéis a elas. Assim como nós, os outros são fiéis às suas famílias, são limitados por elas e se enredam em seus destinos. Sob esse aspecto, são exatamente tão pobres e tão ricos como nós. Eles também, como nós, morrem a seu tempo e mergulham no eterno esquecimento sem deixar vestígios, como nós.

É preciso, portanto, que nos respeitemos enquanto existimos, nos amemos respeitosamente porque existimos, nos poupemos reciprocamente e nesse amor permaneçamos livres para o pertence a cada um de nós. E. sobretudo, que nos permitamos assumir livremente o próprio destino, a própria culpa, a própria realização e a própria morte”.

 

Fonte: Hellinger, Bert. Conflito e paz. Uma resposta. Editora Cultrix. p.p. 111 e 112.

Fabiana Quezada

Fundadora e desenvolvedora da SBDSIS | Advogada | Meta-coach
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